terça-feira, 12 de abril de 2016

Sindasp realizará sorteio de dez livros "Diário de um Agente de Segurança Penitenciária"

     Carlos Vítolo     
Jornalista/Assessor de Imprensa do Sindasp-SP
imprensa@sindasp.org.br

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O Sindasp-SP fará o sorteio de dez exemplares do livro "Diário de um Agente de Segurança Penitenciária", de autoria do ASP Anderson Gimenes, filiado da instituição.

Os livros foram autografados e o sorteio será realizado em 23 de maio, na sede estadual, quando também será sorteada a estadia de uma semana no “Cevisa, SPA Médico Educativo”, com direito a um acompanhante. O sorteio será realizado em 23 de maio, com total transparência pelo site do Sindasp-SP.

Para concorrer ao sorteio dos livros e da estadia no Cevisa, basta apenas atualizar os dados no site. Ao finalizar a atualização, o sistema irá gerar automaticamente um código para que o filiado concorra ao sorteio. Clique aqui e atualize seus dados. O objetivo da atualização é fazer com que todos os filiados estejam com os dados completos, tendo em vista que, muitas vezes, a instituição tenta entrar em contato com o filiado para algum comunicado importante e não consegue.

No livro, Gimenes onde relata a experiência de oito anos de exercício na função, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mauá. “O livro conta a minha história como profissional com uma pitada da minha vida pessoal”, disse o ASP que hoje trabalha na Penitenciária de Irapuru.

De acordo com o autor, o livro foi inspirado no rap “Diário de Um Detento”, do grupo Racionais MC's, e pretende esclarecer verdades e derrubar mitos sobre o sistema.

Relata um trecho do livro: “Um dia qualquer, em serviço como Agente de Segurança Penitenciária no Centro de Detenção Provisória de Mauá, mesmo sem vontade, devido à situação que aquele dia de trabalho me proporcionou, tive que ouvir um dos reclusos cantarolar a música 'Diário de um Detento' enquanto fazia uma limpeza da radial de seu raio. Diante desta cena, parei e comecei a observar atenciosamente e, após ouvir os tais versos cantarolados, pensei comigo mesmo: 'Nesta música o autor relata como é viver por trás das grades de uma cadeia, descrevendo ali um ambiente sanguinário e muito sofrimento, em que ele parece ser a pessoa mais sofrida deste mundo. Que palhaçada, esta realidade descrita aqui hoje eu não vejo! Meu Deus, tanta gente sofrendo neste mundo, sendo que, alguns deste que hoje sofrem, sofrem as consequências de crimes cometidos por indivíduos tais como ele. E este bonitão aí, cantarolando esta música e se sentindo o ser humano mais injustiçado deste mundo. Sendo que neste exato momento muitas mães devem estar chorando a morte de um de seus filhos, que veio a ser assassinado, durante um assalto. Acho que vou também me relatar como um injustiçado escrevendo uma música, descrevendo como é estar dentro de uma cadeia, só que em uma versão proveniente das minhas vivências, ocorridas aqui, do outro lado das grades”.

Gimenes relata que inicialmente foi apenas um pensamento, como que uma brincadeira, e que quis expor sua realidade como ASP produzindo uma música para provocar risos entre os companheiros de trabalho. Com o passar do tempo, com mais experiência, foi possível analisar e relatar os fatos para compor sua obra e abordar assuntos como agressões a servidores, tentativas de fuga, entre outros vividos no dia a dia no CDP de Mauá.

Ele aponta que levou oito anos “para concluir o trabalho porque precisava de ocasiões e situações ocorridas do dia a dia para compor os capítulos e mostrar para a sociedade a realidade que a gente vive”, disse.

Gimenes relata que o fato que mais marcou sua vida foi o assassinato do diretor geral do CDP, Wellington Rodrigo Segura, em janeiro de 2007. “Ele era como um ídolo para mim. Era um homem que lutava para melhorar o sistema penitenciário e fazer daquele local um lugar melhor para funcionários ou detentos”, disse.

O lançamento do livro ocorreu em 15/1/2016, no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente. O Sindasp-SP parabeniza seu filiado pelo lançamento da obra e deseja que seu trabalho e experiência colabore para mostrar a realidade do sistema prisional principalmente para os novos agentes penitenciários e para a sociedade.

O resultado do sorteio será divulgado no site e nas redes sociais da instituição. Vale lembrar que é necessário estar devidamente em dia com a mensalidade sindical para ter direito ao prêmio. É importante destacar que os prêmios são intransferíveis. O sorteado deverá entrar em contato com a sede estadual do Sindasp-SP para confirmar o interesse.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Estado de São Paulo, sua negligência vem acarretando: agressões, homicídios, latrocínios, suicídios e ataques; que levaram à vida, de muitos Agentes penitenciários.

Estado e sociedade leiam e entendam o porquê, desta afirmação.

Às 18 horas encerro mais um plantão em livro ata e após a rendição do meu posto de trabalho, me encaminho ao setor de portaria, onde lá registro minha saída no relógio de ponto biométrico e fico aguardando a liberação do “turno”. Dentro de poucos, mais incansáveis minutos, todos os outros postos de serviço são também rendidos, sendo assim o chefe do plantão libera a todos os funcionários, que rapidamente saem rumo ao estacionamento com um molho de chaves em mãos, na procura de seus veículos ou diretamente a sub portaria, de onde em caminhada seguem na busca do ponto de ônibus mais próximo. O grupo difere nas formas e nos trajetos, mas o destino de todos os funcionários é um só, as suas residências, onde junto à suas famílias, irão usufruir de suas 36 horas de descanso.
         Qual profissional no registro de sua saída, não almeja curtir sua folga e deixar para traz todo e qualquer assunto relacionado ao seu trabalho?
Nenhum, prova disso é esta descrição acima, que ao lermos visualizamos a mesma de uma forma tão tranquila e gostosa de se viver, mas no caso de todos nós 35 mil Agentes Penitenciários deste Estado, quando vivenciamos à esta cena, as coisas não estão tão boas assim, pois além de já termos corrido nossos riscos de vida durante as 12 horas no exercício da nossa profissão, ao sairmos das nossas unidades prisionais, levamos junto a nós maiores proporções de riscos e ainda incluímos os membros de nossas famílias por 36 horas dentro desta alta taxa de periculosidade.
Como qualquer outro cidadão, já no trajeto de retorno à minha casa, seja de carro, ônibus ou qualquer outro meio de transporte, estou passível de sofrer a um assalto, mas que pode vir a se tornar um latrocínio, apenas pelo fato de estar trajando meu uniforme de trabalho ou por ser reconhecido pelo assaltante (que já foi recluso no presídio em que trabalho), pois para qualquer criminoso nenhum Agente Penitenciário tem o direito de viver.
Graças a Deus hoje consegui cumprir meu trajeto sem que nada viesse a acontecer, mas a noite quando resolvo sair de casa com a esposa e meu filho, sou alvejado a tiros por membros de uma facção, que tiveram a ordem de assassinar qualquer funcionário da minha unidade de trabalho, em represália, à remoção e encaminhamento a uma unidade prisional de segurança máxima, um dos principais chefes da facção, que ali permanecia acobertado. Nada havia percebido, mas uma mulher que fingiu estar passando à frente da unidade às 18 horas, seguiu ao meu carro, anotou meu endereço e enviou-lhe via mensagem, para os membros da facção que ficaram à frente da minha casa, esperando a minha saída para me alvejar com tiros, mas bem na hora da minha saída, notei ter esquecido as chaves e voltei para traz, sendo todos os tiros acertados na parede da garagem, não conquistaram comigo suas metas, mas infelizmente no dia seguinte tive que ir ao velório de um companheiro de trabalho, que não teve a mesma sorte de esquecer as chaves, sendo assim cumpriram a meta “matem qualquer um daquela unidade”, mas este velório não gerou apreensões de culpados, pois em quase todos os casos, os autores nunca são nem ao menos descobertos.
         Após uma semana, estes assuntos não estavam mais sendo publicados em mídia, se encerrou os 15 dias de tranca no presídio e voltou tudo a ser como era antes e já no primeiro dia, adentro sozinho ao raio com capacidade para 96 detentos, mas que suportava 230, para efetuar a soltura de detentos para o banho de sol e ao abrir a última cela alguns presos começaram a me espancar de forma brutal dentro do pavilhão, apenas pelo fato de não estarem contentes ali, sendo assim após me agredirem irão estar conquistando suas transferências para outra unidade, após cumprirem 30 dias de castigo na Penitenciária I de Pres. Venceslau, sorte minha foi que quando cai ao chão, um agente de escolta passava pela muralha e procedeu tiros de advertência, que me facilitou vir estar correndo para fora do raio. Machucado saio a caminho de um hospital, consigo 90 dias de licença médica tendo em meu laudo citado que tal episódio provocou em mim “um estado de angústia invasiva especialmente ameaçadora e catastrófica; revivescência do trauma sob a forma de memórias intrusas ou sonhos; surtos dramáticos e agudos de medo, pânico ou agressão”, tais surtos quase me levaram ao suicídio, que só não ocorreu, pois quando tudo parecia perdido busquei a Deus.
Terminou a licença e ao retornar à unidade encontro um novo Diretor de Disciplina na unidade, que tentava fazer um diferencial, buscando retomar a autoridade de disciplina da unidade prisional, seguiu nesta luta mesmo após ter recebido ameaças, mas seis meses depois foi assassinado com 27 tiros, como aviso de que “Quem manda aqui somos nós” e provaram tal poder quando após um “Salve Geral” deram início a uma “Mega Rebelião” que atingiu quase todos presídios do Estado, tomou também as ruas e tirou a vida de Agentes Penitenciários, Policiais Civis e Militares, e cidadãos civis que com esta realidade não tinham nada a ver.
         Está é uma simples história escrita por um autor de livros, mas que também por exercer a esta profissão, sabe que partes deste texto fictício, já foi a realidade da vida de muitos outros Agentes Penitenciários deste Estado, uma prova disso é muito fácil de se adquirir, bastar entrar no site “Google” digitar as palavras: agente, penitenciário, agredido e assassinado, para ver quantas provas, um simples site pode vir a oferecer, datas e locais diferentes, mas em todos os casos, o membro de uma família foi agredido ou perdeu sua vida, apenas por exercer a tal profissão.
Diante disso os que permanecem vivos e neste exercício se perguntam: Será que algum dia irei passar por isso? Será que ele havia recebido algum tipo de ameaça? Recebi uma ameaça, devo continuar nesta profissão? Vale a pena entrar em confronto com a criminalidade? Como resposta a tantas interrogações, os 35 mil agentes deixam de colocar suas caras a tapa, entrando em confronto com a criminalidade e passam a administrar suas funções, tal como a Secretaria da Administração Penitenciária, na base de negociações, para se evitar futuros confrontos.
A ineficiência da Administração Pública para evitar o ataque de detentos contra agentes penitenciários dentro e fora dos presídios já é um motivo para responsabiliza-la, por todos os danos físicos e morais sofridos pelos funcionários do sistema penal, mas o Estado literalmente se concretiza como merecedor de uma responsabilidade civil sobre os fatos, não apenas pela falha na guarda dos presos, mas também porque na maioria das vezes as falhas funcionais, são ocasionadas por falta de condições de trabalho e aos inegáveis traumas psicológicos suportado por boa parte dos agentes e mesmo assim somos obrigados a ver em processos jurídicos o Estado se argumentar que “houve culpa exclusiva da vítima, por se tratar de um agente penitenciário também responsável pela manutenção da ordem no local”, assim não admitem que a grave situação de risco à qual o servidor é submetido no desempenho de suas funções, estão muito além do exigível para o exercício do cargo, vez que esta conduta negligente e ineficiente, vem acarretando na perda de muitas vidas.

Se já não bastasse para os criminosos nenhum Agente Penitenciário ter o direito de viver, ter também um Estado que não oferece garantias para segurança dos seus agentes públicos, dia após dia irá acarretar em pesquisas no Google, com listas de resultados, maiores da qual efetuada hoje, veio a encontrar 149 mil páginas sobre o assunto. BASTA!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

HUMILHADAS?




Assistam todos vocês a este vídeo: 

Agora leiam também a está notícia:

Como sempre a minha categoria profissional vem sendo acusada e denegrida dentro dos Meios de Comunicação deste país. Como se já não bastasse, o fim da última novela ter mostrado à sociedade um perfil profissional tão falho e de tão fácil corrupção, agora me vem o jornalismo que entrevista a qualquer um e lhe dá a palavra de entendedor ou vítima, sem antes investigar a realidade ou abrir discussão entre as partes interessadas, prova disso está nesta reportagem exibida no programa SP no Ar da Rede Record no dia 28/03, nesta exibição fui obrigado ouvir em minha TV, uma Conselheira Estadual da Comissão de Assuntos Penitenciários dizer "...dificilmente algo proibido entra na cadeia, levado por familiares de presos ... sabemos que 90% do que entra dentro do sistema, entre drogas, armas, entre outros objetos, não são as famílias que levam, são os próprios agentes que facilitam". 
Será que ela sabe o que diz?
Creio eu que não. Sendo um Agente de segurança penitenciária e Escritor do assunto, enxergo esta realidade de forma diferente, tão diferente que não me resta outra coisa a não ser a defender minha categoria, tal como já defendi antes ao escrever a página 274 de minha obra literária, onde cito a publicação da Lei nº 15.552, em 12 de agosto de 2014, no Diário Oficial do Estado de São Paulo. Lei esta que veio a estabelecer os novos métodos a serem tomados, durante os procedimentos da revista íntima realizada, nos visitantes que adentram nos presídios paulistas, tal lei gerou estas frases à obra:

‘Ao ler esta publicação, todos os funcionários da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo ficaram muito felizes, pois se o procedimento de revista íntima dos presídios é visto pela sociedade como vexatório, exercer a minha profissão significa exercer uma função vexatória. Claro que tal como qualquer dos visitantes do sistema não se sente bem ao ficar nu de frente a um Agente, para um Agente durante um plantão ter que ver à sua frente mais de 100 pessoas nuas, também não é algo confortável, mas é necessário para garantia de nossa segurança. Ao ler esta lei nos confortamos, pois, cumprindo-a, evitaríamos exercer um procedimento vexatório sem reduzir a segurança. Aliás, iríamos aumentar nossa segurança, pois a utilização de scanners corporais evitaria a entrada de drogas, celulares e outras irregularidades que entram em todos os presídios do Brasil de forma irregular e geralmente introduzidas em partes íntimas, mas a lei por citar: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”. ’ 

O processo primeiramente não é assim tão humilhante, eu diria seguro, pois destas que ali adentram, 90% do total não se humilham ao realizar ali mesmo dentro dos pavilhões suas relações sexuais e depois saírem carimbadas com chupadas no pescoço como prova de “mulher de detento”. Posso afirmar, não queremos tirar nosso dia de trabalho vendo pessoas nuas, muito menos humilhar a elas, apenas precisamos manter a segurança. A lei entrou sim em vigor, mas o material necessário para cumpri-la até hoje não chegou, sendo assim o cobrado deste vídeo deveria ser um representante da administração pública, não o nome de uma classe profissional. Deve-se sim utilizar-se dos “Direitos Humanos” nos procedimentos de revista, mas sem se esquecer de se preocupar também com segurança e muito menos com a vida dos Agentes, pois ao contrário do que disse a “entendedora” do assunto, familiares de detentos infringem sim e muito os tramites do sistema penal, prova disso está aqui bem abaixo vejam:
                                                        http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2016/01/jovem-e-presa-tentando-entrar-com-drogas-e-celular-em-presidio-da-pb.html


















Após tantas informações, leitor você concorda que deveríamos acabar os procedimentos de revista dentro dos presídios?

Venham entender aos meus conceitos, fazendo a leitura do livro: 
Diário de um agente de segurança penitenciária