sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Fim da democracia

Sempre agindo em prol de si mesmos!
Só duplicam as punições, para aqueles que atingem aos governantes!

Já para aqueles que atingem a sociedade, só vemos o recebimento de reduções e remissões!
"MORDAÇA: Ato de usar algo para impedir alguém de gritar ou falar, a mordaça é usada na boca e pode sugerir também um ato de dominação para quem coloca a mordaça e de submissão á quem é amordaçado." Se não podermos dizer, escrever e publicar aquilo que pensamos estaremos amordaçados, sendo assim submissos e dominados.


Enquanto suspiramos asfixiados nossa democracia, veja uma descrição crítica do sistema penal brasileiro nesta minha obra literária: http://editoramultifoco.com.br/loja/product/diario-de-um-agente-penitenciario/

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Se as eleições fossem hoje, para presidente da república, este citado abaixo teria o meu voto. Concordam?



Jair Bolsonaro, deputado federal e capitão da reserva do Exército Brasileiro, está em Porto Alegre para participar da cerimônia de passagem de comando do Comando Militar do Sul.

Bolsonaro afirmou que está prestes a deixar o PP e se filiar ao PSC, partido pelo qual, possivelmente se candidatará à presidência da República em 2018, no entanto, salientou que ainda não se considera pré-candidato.




Em entrevista à  Rádio Guaíba nesta terça-feira, Bolsonaro se mostrou contra a atuação de Organizações Não-Governamentais (ONGs) relacionadas aos direitos humanos. “Eu cortaria todos os recursos para ONGs de direitos humanos. Esse pessoal vive da violência e vive dentro do governo”, justificou o político.


Projeto cria cadeia 5 estrelas e dia em homenagem ao presidiário


O deputado também lembrou e criticou PL 2230/2011, de autoria do deputado Domingos Dutra, à época, parlamentar do PT do Amazonas, partido do qual se desfiliou em 2013.

“Nós arquivamos um projeto, que daqui a pouco será desarquivado, que é o Estatuto do Encarcerado. Se você lê aquilo, você pensa em ser bandido, porque o documento busca garantir diversas vantagens ao presidiário, tais como o direito de visitar familiares doentes e a uma cela individual”, afirmou.

Informações: Correio do Povo

sábado, 23 de janeiro de 2016

Notícia da Livraria Cordis.


Anderson Gimenes compartilhou a foto de Livraria Cordis.
É parece que obra começou a se propagar, mas além desta postagem em site: http://livrariacordis.com.br/agente-penitenciario-escreve-…/ e facebook desta livraria, quero ter minhas obras postadas nas estantes de venda, desta e de outras livrarias deste país, conseguindo assim cumprir o meu objetivo que é o de mostrar a sociedade, a realidade deste profissional tão útil e necessário, mas tão pouco reconhecido e valorizado.
Livraria Cordis
Agente penitenciário escreve livro inspirado em "rap". http://goo.gl/s0pLig

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Cálculo matemático, que está deixando a área de exatas, pois a solução está deixando de existir.

Se estivesse ainda escrevendo o livro, no dia 6 de janeiro teria surgido um novo capítulo- "O governador que estagnou meu salário, com direito a publicação de lei", pois neste dia Geraldo Alckmin (PSDB), publicou no Diário Oficial do Estado um decreto que suspende o aumento de salários, de prêmios, bônus e participação em lucros e resultados a todos os servidores públicos estaduais para o ano de 2016.
“No exercício de 2016, fica suspensa a possibilidade de ajuste porcentual,valor, índice, ou quantidade que altere o valor de vantagens pecuniárias de qualquer natureza e resulte em aumento de despesas com pessoal e encargos sociais exceto aquelas decorrentes de vantagens por tempo de serviço ou evolução funcional”
Sendo assim este será meu terceiro ano consecutivo sem reajuste salarial o que vem dificultando minhas condições de vida. Ditador, não se esqueça que o reajuste que virá em 2018, não incentivará meus dedos e de muitos outros digitar 45.
Minha profissão não me sustenta mais e minha solução será vender livros, alguém aí pode me ajudar?
Comentários
Rosemary Stela Lara Você ainda tem seus livros e eu que só tenho o salário para sobreviver, tipo, pagar aluguel, remédios para mim e para minha mãe que está com problemas de coração, fora as contas menores e não menos importante e mercado, feira etc...ganhando um pouco mais de 3.000,00, pode me ajudar nesta matemática?
Anderson Gimenes Rosemary Stela Lara, estou em uma tentativa de descobrir este calculo matemático, pois cada obra que vendo só me rende 7 reais e até o momento, mesmo com tanta luta só 100 cópias foram vendidas, sendo que o gasto de produção da mesma chegou a 7 mil reais, sendo assim falto adquirir os 90% dos gastos pra depois lucrar. Tenho Epilepsia, trabalho a 90 km de casa, necessito de carona por não poder dirigir e gasto 350 de transporte. Ah já ia me esquecendo, essa doença me provocou um acidente que causou PT em meu veículo e mesmo assim o Estado negou meu pedido de transferência e me cobrou IPVA. Sem contar que com as outras dificuldades adquiridas na vida pago também 850 de consignado. Na história do livro este desgaste de um profissional é descrito e não é só eu ou vc, somos todos nós membros de áreas públicas desvalorizadas por este governo que nos administra a mais de 20 anos e que não se incomodam com os problemas dos próximos, pois creio que na igreja dos mesmos, não existem o mandamento "Amar ao próximo, como a ti mesmo", pois o aumento dado ao governador em 2015, não chegou a mim. E vc que esta mensagem leu, qual problema tem? Sabe a solução?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

SINDASP publica reportagem sobre o evento de laçamento de minha obra, veja:

ASP lança livro sobre sua experiência de oito anos no sistema penitenciário

     Carlos Vítolo     
Jornalista/Assessor de Imprensa do Sindasp-SP
imprensa@sindasp.org.br

® © (Direitos reservados. A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura do jornalista e do Sindasp-SP, mediante penas da lei.) 


O Agente de Segurança Penitenciária (ASP) Anderson Gimenes, filiado ao Sindasp-SP/Aaspesp, lançou na última sexta-feira (15) o livro "Diário de um Agente de Segurança Penitenciária", onde relata a experiência de oito anos de exercício na função, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mauá.

“O livro conta a minha história como profissional com uma pitada da minha vida pessoal, já que precisei largar tudo e todos, em Presidente Prudente, cidade em que eu morava, por questões financeiras, atrás de um concurso público”, disse Gimenes que hoje trabalha na Penitenciária de Irapuru.

O lançamento ocorreu no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente, e contou com os representantes do Sindasp-SP/Aaspesp, José Carlos dos Santos Ernesto (diretor regional de Rio Preto) e Sandra Maria Pereira (delegada na Penitenciária Feminina de Tupi Paulista), além de diversos filiados.



De acordo com o autor, o livro foi inspirado no rap “Diário de Um Detento”, do grupo Racionais MC's, e pretende esclarecer verdades e derrubar mitos sobre do sistema. Descreve um trecho do livro: “Um dia qualquer, em serviço como Agente de Segurança Penitenciária no Centro de Detenção Provisória de Mauá, mesmo sem vontade, devido à situação que aquele dia de trabalho me proporcionou, tive que ouvir um dos reclusos cantarolar a música 'Diário de um Detento' enquanto fazia uma limpeza da radial de seu raio. Diante desta cena, parei e comecei a observar atenciosamente e, após ouvir os tais versos cantarolados, pensei comigo mesmo: 'Nesta música o autor relata como é viver por trás das grades de uma cadeia, descrevendo ali um ambiente sanguinário e muito sofrimento, em que ele parece ser a pessoa mais sofrida deste mundo. Que palhaçada, esta realidade descrita aqui hoje eu não vejo! Meu Deus, tanta gente sofrendo neste mundo, sendo que, alguns deste que hoje sofrem, sofrem as consequências de crimes cometidos por indivíduos tais como ele. E este bonitão aí, cantarolando esta música e se sentindo o ser humano mais injustiçado deste mundo. Sendo que neste exato momento muitas mães devem estar chorando a morte de um de seus filhos, que veio a ser assassinado, durante um assalto. Acho que vou também me relatar como um injustiçado escrevendo uma música, descrevendo como é estar dentro de uma cadeia, só que em uma versão proveniente das minhas vivências, ocorridas aqui, do outro lado das grades”.

Gimenes relata que inicialmente foi apenas um pensamento, como que uma brincadeira, e que quis expor sua realidade como ASP produzindo uma música para provocar risos entre os companheiros de trabalho. Ele conta que na época tinha pouca experiência como agente penitenciário.


Com o passar do tempo, ao adquirir mais experiência, foi possível analisar e relatar os fatos para compor sua obra e abordar assuntos como agressões a servidores, tentativas de fuga, entre outros vividos no dia a dia no CDP de Mauá.

Ele aponta que levou oito anos “para concluir o trabalho porque precisava de ocasiões e situações ocorridas do dia a dia para compor os capítulos e mostrar para a sociedade a realidade que a gente vive”, disse. “Fui agredido até a vez que tive de agredir também e quando tentaram me matar em uma balada”, relatou.

Gimenes relata que o fato que mais marcou sua vida foi o assassinato do diretor geral do CDP, Wellington Rodrigo Segura, em janeiro de 2007. “Ele era como um ídolo para mim. Era um homem que lutava para melhorar o sistema penitenciário e fazer daquele local um lugar melhor para funcionários ou detentos”, disse.

O Sindasp-SP parabeniza seu filiado pelo lançamento da obra e deseja que seu trabalho e experiência colabore para mostrar a realidade do sistema prisional principalmente para os novos agentes penitenciários e para a sociedade.

Fonte: www.sindasp.com.br

sábado, 16 de janeiro de 2016

Lançamento Oficial do Livro "Diário de um agente de segurança penitenciária"

O Evento de Lançamento do Livro "Diário de um agente de segurança penitenciária" foi realizado no dia 15 de janeiro de 2016, no Centro Cultural Matarazzo em Presidente Prudente e como autor, só tenho a agradecer a todos os que ali estiveram presentes e espero ter recebido a todos vocês da melhor forma.
Por meu reconhecimento à todas autoridades e representantes da nossa categoria, todos foram oficialmente convidados, mas como sempre vejo ocorrendo em outros eventos, nenhum deles ali estiveram presentes, mais uma prova de que aqueles que nos dirigem em serviço, não querem nos disponibilizar apoio e muito menos almejam o nosso sucesso, mais um sinal de que tal como cito no livro, "que nem aqueles que nos coordenam, nos dão o devido valor", muito obrigado mesmo assim, pois estou muito feliz, porque ontem descobri que nosso apoio e nossa força, estão em nós mesmos membros da categoria, pois cada um de vocês que ali estiveram presentes fizeram do evento um sucesso, mesmo sem a presença de qualquer autoridade.
Muito obrigado a todos. Ao se encontrarem em alguma foto, se marquem na mesma, comentem, postem comentários a respeito de suas leituras e se acharem viável indiquem a leitura a outros, pois muitos livros tenho ainda para vendar, pois só assim conquistarei meus objetivos e a minha força nesta conquista são todos vocês Agentes de Segurança Penitenciária.



Veja mais: https://www.facebook.com/groups/diariodeumagentedesegurancapenitenciaria/

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Hoje é o grande dia...

Estou muito feliz por tantas palavras de estimas que venho recebendo, tantos novos seguidores no grupo (chegamos à 3.650), tantas curtidas, compartilhamentos e comentários. Só tenho a agradecer, pois mesmo tendo usado de muita objetivação e presteza na produção desta obra, ela não seria nada, se o público (que são cada um de vocês que esta mensagem lê agora) não me ajudasse a propaga-la em meio social. Agora só me falta conquistar LEITORES e não apenas seguidores, pois meu objetivo central ainda não foi cumprido, que é o de mostrar a SOCIEDADE a verdadeira REALIDADE desta categoria profissional tão ÚTIL, NECESSÁRIA, mas tão pouco RECONHECIDA e VALORIZADA.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Experiências de um agente penitenciário estão em livro

por Oslaine Silva-DA REDAÇÃO
Obra publicada pela editora Multifoco do Rio de Janeiro, será lançada nesta sexta-feira, às 20h, no Centro Cultural Matarazzo

Oito anos de trabalho de Anderson Gimenes, 30 anos, dentro do sistema prisional resultou em um livro de 288 páginas intitulado “Diário de um Agente de Segurança Penitenciária”. Em dezembro, a obra publicada pela editora Multifoco, do Rio de Janeiro foi lançada na internet e nesta sexta-feira, às 20h, ocorre a apresentação oficial no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente.
Segundo o autor, seu objetivo é único: mostrar à sociedade, a verdadeira realidade desse profissional do Estado, que não tem o devido valor que merece. “Para exemplificar, cito no livro a seguinte frase: ‘guardamos tudo aquilo que você não quer ao seu lado’. E também coloco que as mesmas pessoas que não os querem no meio, são as que muitas vezes os defende”, expõe Anderson.

Anderson Gimenes demorou oito anos para concluir sua obra
O funcionário público estadual conta que a motivação para escrever esse livro surgiu após num dia de serviço no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá, ouvir um preso cantarolando em um dos raios, um trecho da música dos Racionais, “Diário de um detento”, que diz “São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã, aqui estou, mais um dia sob o olhar sanguinário do vigia”.
Ele diz que quando ouviu aquilo foi como passar um filme em sua mente da realidade que tantas pessoas vivem nas ruas. Mas, não dentro de um presídio. Conforme ele, a música retrata a realidade de sofrimento, de pessoas encarceradas jogadas à desgraça, mas ali, aquele preso que cantarolava estava recebendo suas três refeições por dia, na hora certa, com arroz, feijão, carnes, saladas, frutas, tinha tempo de lazer, e até direito a assistir TV.
“Ele não sofria, nem sofre, como dizia a letra da música. Na verdade nós é que sofremos. A sociedade em geral é que vive em desespero, presas dentro de suas próprias casas. Então, quando cheguei em casa comecei a escrever uma música sobre a verdadeira realidade do sistema prisional. Quando vi que a história chegou em um ápice, resolvi publicar…  Foi aí que nasceu o livro que levou oito anos para ficar pronto”, conta o agente.

Vida restrita
Anderson narra no livro histórias reais que presenciou, experiências próprias e de outros. “Conto nele muito do meu sofrimento, em ficar longe da família, os riscos que corremos tanto dentro, quanto fora dos presídios… nós no exercício da profissão não somos vistos, a não ser o que a mídia transmite”, frisa.
Segundo Anderson, o sistema penal hoje não cria medo no marginal, e ele vê aquilo como normal. Uma penitenciária é uma casa para eles, de onde em segurança, de lá de dentro ele consegue administrar o crime.
“Infelizmente muitos presos têm mais direitos que civis. Eles têm hora para praticar esportes, finais de semana para receber visitas, incluindo íntima, cartas. Enfim, tendo todas essas regalias para que ficar na rua e correr riscos, ser perseguido e até morrer? Da metade do livro pra frente faço algumas críticas mais pontuais, como a citação de cartas de mães em agradecimento por ter tirado seus filhos das drogas”, pontua.
Anderson lamenta a desvalorização da função que ele e tantos outros homens e mulheres, solteiros, pais de família trabalham. “Temos que nos precaver todo o tempo a ponto de ter que esconder qual é a nossa profissão. Não podemos ir a qualquer lugar. Nossa função em finanças não condiz. No interior ainda é possível viver em melhores condições, pois o custo de vida é menor, mas em grandes centros a situação é triste”, destaca Anderson.

Serviço
AOS INTERESSADOS
O lançamento do livro de Anderson Gimenes, “Diário de um Agente de Segurança Penitenciária”, será na sexta-feira, às 20h, no Centro Cultural Matarazzo, na Rua Quintino Bocaiuva, 749, Vila Marcondes, Presidente Prudente.
Fonte:http://www.imparcial.com.br/site/experiencias-de-um-agente-penitenciario-estao-em-livro 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Entrevista ao Site G1 Tv Fronteira: Agente penitenciário escreve livro inspirado em rap dos Racionais MC's


Obra será lançada no próximo dia 15, em Presidente Prudente.
Autor conta em detalhes cotidiano de convivência com detentos.

Murilo RinconDo G1 Presidente Prudente
Da música à obra literária, Anderson Gimenes conta sua história e fala sobre o sistema carcerário (Foto: Murilo Rincon/G1)No livro, Anderson Gimenes conta histórias que presenciou durante sua profissão (Foto: Murilo Rincon/G1)
Certamente você já ouviu falar muito sobre os problemas do sistema carcerário pelas penitenciárias do país, mas será que conhece a fundo essa realidade? O agente de segurança penitenciária Anderson Gimenes, de 30 anos, sim, e com propriedade. Inspirado no rap “Diário de Um Detento”, do grupo Racionais MC's, o prudentino, que atua há 10 anos na área, resolveu escrever um livro chamado “Diário de um Agente de Segurança Penitenciária” (Editora Multifoco) com os objetivos de derrubar mitos e esclarecer verdades a respeito do assunto.
Gimenes fará o lançamento de sua obra literária no próximo dia 15, às 20h, no Centro Cultural Matarazzo, localizado na Vila Marcondes, em Presidente Prudente, porém, os exemplares já estão à venda desde o dia 1º de dezembro. O livro relata oito anos da história do agente de segurança penitenciária entre as celas do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mauá, na Grande São Paulo.
Livro será lançadp no próximo dia 15, em Presidente Prudente (Foto: Murilo Rincon/G1)Livro será lançado no próximo dia 15, em
Presidente Prudente (Foto: Murilo Rincon/G1)
“O livro conta a minha história como profissional com uma pitada da minha vida pessoal, já que precisei largar tudo e todos, em Presidente Prudente, cidade em que eu morava, por questões financeiras, atrás de um concurso público. Eu fazia uma faculdade de licenciatura em geografia, fui professor desde os 20 anos e abandonei tudo para ser um profissional que eu não desejei ser. Só  trabalhar como agente penitenciário não me ocupava, então, resolvi usar o meu conhecimento de caso para mostrar à sociedade a verdadeira realidade do sistema carcerário. Escrevi a minha história, sem aumentos e sem diminuições, somente aquilo que eu vivi dia a dia", contou ao G1.
Confira abaixo trechos do livro “Diário de um Agente de Segurança Penitenciária”:
“Um dia qualquer, em serviço como Agente de Segurança Penitenciária no Centro de Detenção Provisória de Mauá, mesmo sem vontade, devido à situação que aquele dia de trabalho me proporcionou, tive que ouvir um dos reclusos cantarolar a música 'Diário de um Detento' enquanto fazia uma limpeza da radial de seu raio. Diante desta cena, parei e comecei a observar atenciosamente e, após ouvir os tais versos cantarolados, pensei comigo mesmo: 'Nesta música o autor relata como é viver por trás das grades de uma cadeia, descrevendo ali um ambiente sanguinário e muito sofrimento, em que ele parece ser a pessoa mais sofrida deste mundo. Que palhaçada, esta realidade descrita aqui hoje eu não vejo! Meu Deus, tanta gente sofrendo neste mundo, sendo que, alguns deste que hoje sofrem, sofrem as consequências de crimes cometidos por indivíduos tais como ele. E este bonitão aí, cantarolando esta música e se sentindo o ser humano mais injustiçado deste mundo. Sendo que neste exato momento muitas mães devem estar chorando a morte de um de seus filhos, que veio a ser assassinado, durante um assalto. Acho que vou também me relatar como um injustiçado escrevendo uma música, descrevendo como é estar dentro de uma cadeia, só que em uma versão proveniente das minhas vivências, ocorridas aqui, do outro lado das grades.
De início foi apenas um pensamento, que se tornou uma brincadeira, quando me objetivei tal como o MC que expôs dentro de versos musicais a realidade de um Recluso do Sistema Prisional, expor a minha realidade como Agente de Segurança Penitenciária, mas divergindo-me na maneira de produzi-la, pois quis produzir uma música, em tom de brincadeira, para utilizá-la na produção de risos entre os meus companheiros de trabalho.
Nesta época, havia eu adquirido ainda pouca experiência profissional, ao contabilizar o tal de horas trabalhadas, mas ao escrever os versos de uma música, acabei descobrindo que aqueles poucos versos seriam insuficientes para suprir a descrição de todas as minhas novas vivências”.
Livro levou oito anos para ficar pronto (Foto: Murilo Rincon/G1)Livro levou oito anos para ficar pronto
(Foto: Murilo Rincon/G1)
'Um ídolo para mim'
Por entre as 286 páginas do livro, o autor aborda em capítulos assuntos como assassinatos, agressões, tentativas de fuga e homicídio, entre outros assuntos que o ambiente de trabalho lhe proporcionou vivenciar.
“Levei oito anos para concluir este trabalho porque precisava de ocasiões e situações ocorridas do dia a dia para compor os capítulos e mostrar para a sociedade a realidade que a gente vive. Desde a vez em que eu fui agredido até a vez que tive de agredir também e quando tentaram me matar em uma balada. Nesta obra, eu conto tudo o que essa profissão me proporcionou", ressaltou Gimenes, que hoje trabalha na Penitenciária de Irapuru, na região de Presidente Prudente.
Entre os assuntos abordados, o assassinato do diretor geral da unidade prisional, Wellington Rodrigo Segura, em janeiro de 2007, foi o fato que mais marcou o prudentino, já que tinha o conterrâneo como um ídolo e exemplo a ser seguido.
“A situação que mais me marcou foi a morte do Wellington, porque ele era como um ídolo para mim. Era um homem que lutava para melhorar o sistema penitenciário e fazer daquele local um lugar melhor para todo mundo, funcionários ou detentos”, lembrou ao G1.
Avalio o sistema carcerário como um aglomerado de pessoas que foram julgadas pela sociedade como impróprias ao convívio social, só que eu, como profissional, sou obrigado a guardar todas elas sem as condições ideais de trabalho".
Anderson Gimenes,
agente de segurança penitenciária
Após dez anos na profissão, Gimenes afirma que o sistema carcerário é falho e que não colabora para a reeducação dos sentenciados, já que os presos não recebem do Estado todos os benefícios que, por lei, deveriam ter e são obrigados a dividir celas superlotadas com outros detentos.
'Aglomerado de pessoas'
“Avalio o sistema carcerário como um aglomerado de pessoas que foram julgadas pela sociedade como impróprias ao convívio social, só que eu, como profissional, sou obrigado a guardar todas elas sem as condições ideais de trabalho. Hoje, a unidade em que eu trabalho tem capacidade para cerca de 800 a 900 presos mas, nós temos cerca de 2 mil. Em uma cela que é para 12 presos eu tenho até 40 dentro. Presos que não recebem do Estado tudo aquilo que deveriam receber”, ressaltou ao G1.
“Às vezes você chega no seu dia de trabalho, para realizar uma blitz, e se depara com aquelas celas cheias de coisas, que você não tem nem tempo de poder vistoriar tudo que ali possui. Presos fazendo coisas ilegais, fazendo pinga dentro da cadeia com arroz e pão podre, então, tudo isso nos atrapalha muito e o Estado vai guardando tudo ali, e para a sociedade, que não vive esta realidade, parece que está tudo lindo e maravilhoso, mas não é assim”, completou Gimenes.
Veja a seguir outros trechos do livro escrito por Anderson Gimenes:
Ao subir para os pátios de sol, todos os detentos mostravam muito ódio em seus olhares, alguns faziam ameaças, mas não aconteceu nada. Na descida dos presos aos raios no horário de almoço, alguns começaram a enrolar para descer as escadarias ao notar nossa tensão. Sendo assim, eu disse em voz alta a eles:
– Detentos, vão liberando o acesso aí! – Pois se desce um raio de cada vez e enquanto não se fecha o portão de acesso a um raio, não se pode abrir outro acesso na mesma coluna do prédio. Nisto um dos presos que ainda se encontrava no pátio, zombando da minha cara, disse:
– O sinhozinho tá nervosinho é? Cuidado com ele hein, pessoal, olha a faca! – Referindo-se ao personagem de um programa de comédia da TV. E ouvi também ele dizendo a outro detento:
– Isto pra mim é medo e nessa situação porque eles estão do outro lado das grades, se estivessem aqui dentro cara a cara conosco, estariam se cagando nas calças e gritando é de medo, não assim pagando de puliça! – Ouvindo isso o Nandão me disse:
– Anderson, isso é passível de castigo é desacato, vamos comunicá-lo e colocar ele no RCD[Regime de Cela Disciplinar].
Eu respondi:
– Deixa pra lá, não é para tanto.
Encerrada a descida dos presos aos raios, fomos almoçar. Já no horário de sol da tarde, o mesmo detento a todo o momento dava risadas e zombava de nós, dando a entender que nosso reforço na segurança era por medo. Então concordei com o Nandão e decidi comunicar o evento. Fomos até a vigilância, fizemos o Comunicado de Evento de Infração e, acompanhados do funcionário Tom (um funcionário mais experiente), seguimos até seu raio de origem, retiramos ele da cela e o encaminhamos ao RCD. Chegando lá, perguntei pra ele:
– O que você quis dizer com ‘tá nervosinho, olha a faca’?
E ele respondeu:
– Eu não quis dizer nada não sinhô.
Respondi então a ele:
– Então você está me chamando de surdo?
– Sinhô, eu não disse nada, mas já que o sinhô tá falando que eu disse, imagine o que o sinhô quiser, pois eu não disse nada. – E deu risada.
Vendo isso, Nandão começou a agredi-lo com socos no estômago e Tom nas costas, e ao assistir aquela cena então pensei: ‘Mas quando ele disse tal frase, foi em resposta ao que eu disse? Ele referiu-se a mim? Por que eu não consigo bater nele?’. Em fração de segundos, outro pensamento me veio: ‘Eu não estou errado. Estou duvidando de mim mesmo, sendo que na verdade ele é um covarde, que não está assumindo seus atos’. De repente, um grande ódio surgiu e comecei a agredi-lo com socos no rosto e após ter ouvido ao fundo o chefe Dipirona gritando para que parasse, como em um passe de mágica, minha lucidez retornou e consegui parar de agredi-lo.
Diante disto, peguei uma alimentação, coloquei nas mãos do detento, o tranquei na cela do RCD e após vê-lo na escuridão da cela, disse:
– Respeito é bom e todo mundo gosta, se não tivesse zombado da minha cara daquele jeito, nesse momento você não estaria aqui. – Tranquei a porta da radial e me dirigi ao setor de vigilância, lá o chefe Dipirona me disse:
– Anderson, eu posso dar-lhe um conselho?
– Claro, chefe.
– Não estou criticando sua atitude, pois o errado sou eu de não ter lhe dado este conselho antes. O preso sabe muito bem o porquê de ele ter apanhado, ele sabe que estava errado e merecido da situação, mas você deve saber que nunca se deve bater no rosto de um detento, pois ele nunca se esquecerá do seu rosto e, se um dia vier a te encontrar, vai querer se vingar e não apenas com socos e sim com tiros.
Já era quase o fim do plantão, fiquei muito aflito com o que o chefe disse e aqueles poucos minutos que restavam, pareceram horas.
Fui até o hotel, peguei minha mala e durante nove horas de viagem tentei descobrir de onde surgiu tanto ódio em mim. A viagem chegou ao fim e mesmo após horas em pensamento não encontrei a resposta”.